terça-feira, 26 de junho de 2007

FLIP!


A Flip, de Parati começa na quarta que vem homenageando o fabuloso Nelson Rodrigues.
Exposições com Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e Ivald Granato, participações de Nardine Gordimer, prêmio Nobel de Literatura, Mia Couto, Ruy Castro, Amós Oz , Arnaldo Jabor e muitos outros na deliciosa Parati.
Vejam no site www.parati.com.br/flip a programação completa.
Estou louco para ir, mas... ainda não é certo.
Quem puder, lá é o lugar.

domingo, 24 de junho de 2007

Let's Do It, Let's Fall in Love - Façamos!


Cole Porter, Chico e eu recomendamos: Façamos, vamos amar!
...

Os Pica-Paus onde dá, fazem,
Tico-Ticos no fubá, fazem,
Besouros blindados, sempre que podem, fazem.
Façamos gostoso, também.

As Brabuletas fazem
Os Porquinhos-da-Índia fazem,
Os bispos e as bispas fazem,
Os Tatus-Bola fazem,
Façamos,
Vamos amar!

Detalhes?


A vida surgindo em uma rocha, de uma pequena fenda há uns trinta metros de altura, na Cachoeira do Gato em Ilhabela.

Sem palavras - Alberto Morales Ajubel

terça-feira, 19 de junho de 2007

Inté


Amanhã estarei longe desse visual, a caminho de Sampa para fazer mil coisas, mas acaba só dando para fazer umas quinhentas, como sempre. Ver os amigos, levar quadros em uma galeria, mandar reformatar o laptop que está devagar, quase parando. Limpar a máquina, ficar horas nos congestionamentos, enfim... Sampa. De vez em quando é bom. Sempre eu surtaria feio.
Talvez uns dois dias sem postar. Inté.

É o Bicho!


Morar no mato tem dessas coisas... Uma enorme e linda Caninana, vivendo no sótão da casa de um amigo. Nós tomando uma cervejinha de tarde no quintal e ela resolveu aparecer para ver quem estava rindo tanto. Fui fotografar na cara dela com uma 105mm para dar um close bom e ela não gostou. Inchou, desceu um meio metro na minha direção, mas quando viu que o pentelho não parava de clicar, resolveu tirar o time e voltar para o quentinho que as telhas guardam.
Não é venenosa, se alimenta de pássaros, roedores, rãs, mas tem uma mordida defensiva como todos os bichos, inclusive os humanos. São dois metros e tanto de cobra, dá para por respeito, Mas acaba tendo uma relação de boa vizinhança com quem fica na sua.

Surf na Ressaca


Camburi em dia de Ressaca. O mar nervoso, a luz especial no fim de tarde.
Cliquem nas fotos para ampliar, não custa lembrar.

domingo, 17 de junho de 2007

O q estou OUVINDOOOOOnow


Maceo Parker, Lenine, Alain Caron, Marcus Miller, Kelly Clarkson, James Brown, Living Colour.
E vodka com coca (cola), depois de uma semaninha sem beber. Asas começando a despontar nas omoplatas. Incômodo. De molho. Gripão. Agora não. Funk comendo solto. Altão.
Vontade de tirar a naftalina da capa vermelha e cair dentro.
P.S- Essa foto achei na net e não sei o autor. Todos os créditos são e serão sempre dados, of couse! As minha estão sempre assinadas.

sábado, 16 de junho de 2007

The King


Um barato é ter fotos dos grandes caras que a gente curte feitas por nós. Essas fiz no Ibirapuera, há alguns anos atrás, quando ele se apresentou em uma tarde de domingo. Estava no meio da platéia com uma Nikon 300mm,sem poder me mover nem um milímetro para nenhum dos lados. É difícil fotografar um show assim, sem poder procurar os melhores ângulos. Mas era o que dava para fazer e gostei de algumas fotos. Mas o grande barato mesmo foi estar ali, vendo pela primeira vez mister B.B.King, e sua inseparável guitarra Lucile.

O Céu em Lucile

Angeli, no Canal Brasil


Angeli é um dos meus cartunista prediletos. Re Bordosa, Skrotinhos, Mara Tara, Angeli em Crise, e principalmente suas séries sobre política e sexo que publica semanalmente na uol e as charges da Folha.
Um desenho espetacular e humor que rasga de bico. Angeli é a melhor tradução de sampa. Quem quiser ter noção do que foram os anos 80 na Paulicéia é só pegar os Chicletes com Banana em algum sebo descolado, pois os amigos raramente emprestam.
Aliás a revista está sendo relançada. Se liga!
Adoro cartuns, fui colecionador do Grilo, do Chiclete e de várias revistas de Wolinski, Crepax, Reiser, Manara, Laerte, Glauco e outras feras do ramo.
Colecionava gibis quando moleque: Fantasma, Mandrake. Quando adolescente colecionei o fabuloso Snoopy, além de todos os Pasquins que traziam a nata: Henfil, Fortuna, Millôr, Jaguar, Ziraldo, entre outros.
Nos jornais nunca deixo de ir aos quadrinhos, que são a grande leitura crítica do nosso tempo. Recomendo o Blog dos Quadrinhos http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/ com todas as novidades e dicas da área.
O Canal Brasil da Sky, 66, apresenta Retrato Brasileiros com Angeli hoje, sábado
ás 17h30minh. Não dá para perder. Horários alternativos: 17/06 - 13h00min
20/06 - 11h30min
Direção: Ana Cristina Pinto
Quem perder merece se afogar em um cumprimento do Bob Cuspe.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Praia de São Francisco


A praia que mais gosto de S.Sebastião. Não é para ir nadar, andar na areia. É para olhar. Relaxar sentado nos banquinhos vendo Ilhabela em frente. A maior ilha oceânica brasileira, com a luz passeando sobre ela e os barquinhos, muitos, com suas pinturas deliciosas. Uma colônia de pescadores que não está no roteiro turístico. Pouca gente conhece, fica fora da estrada. Todas as vêzes que posso, dou uma parada lá de pelo menos uma hora. Fica há mais de cinquenta kms de casa. Depois do centro, a caminho de Caraguatatuba.
Estive lá hoje e fiz essas imagens entre outras.

Praia de São Francisco (2)

quinta-feira, 14 de junho de 2007


Algumas horas do dia e hoje a noite inteira, em frente à tela, tratando, arquivando, organizando o material fotográfico.Fazer o que? Nos fones de ouvido, Milles, Caetano e agora Stevie Wonder, dão uma força.
Fotografar, o grande barato. Tratar, meio sacal, mas necessário. Dá prazer quando a imagem começa a ficar pronta. Um barato parecido com a foto saindo do laboratório, mas sem o cheiro do químico e a luz vermelha do bandido. Arquivar, nomear: o saco supremo. Vender a imagem, aí o bicho pega! Por que nessa porra de país não tem agentes? Dou de bom grado a porcentagem dos vendedores. Eles merecem e eu também.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Paúba


Nessa época do ano a temperatura está uma gangorra. Semana passada a mais fria do ano. Lareira acesa, meia de lã. Nos feriados o tempo começou a firmar,sorte, pois a economia da região depende do sol. Quando chove muito tempo, a grana some. Pousadas e restaurantes vazios.
Mas no domingo o sol já estava forte. Hoje fêz calor. Um dia maravilhoso.
Mas esta temperatura maluca já fêz uma vítima: eu. Gripe forte. E uma mazela de fotógrafo me atormentando há mais de dois mêses. A coluna apitando.
Muito líquido, cama e alongamento.
Haja saco!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Para um amigo em Berlim


Acordo e leio Drumond em voz alta, sentado na varanda. Mesmo sozinho a poesia pede o alicerce da voz para erguer-se, criar vida e esvoaçar sobre o quintal junto com as enormes borboletas azuis que vêm comer as pitangas que caíram do pé sobre a grama.
Das palavras surge um Brasil ancestral que tem gestos de avô. Sabor de família com suas maluquices, de uma tia destrambelhada, de uma avó que rezava o dia inteiro e em seus chinelos gastos arrastava a aflição esclerosada que tentava exorcizar com seus pobres mantras caseiros: Ai meu menininho Jesus! Ai, minha Virgem Maria... E mesmo em sua aflição sua figura era doce como um leitinho morno.
Como podem entender a gente aí fora? Quando lhe perguntarem não responda não, dê um sorriso enviesado, dê de ombros e de leve puxe outro assunto. Como explicar a calma preguiçosa que vem dos quintais com casas de varandas esparramadas de onde o moleque acompanha as formigas carregando os restos da aranha nas sombras das samambaias?
Esses pés de bananeira com o Tiê comendo, arisco? Outro dia um gringo achou que eu havia criado a cor do Tiê no computador.
A chuva cai fininha sobre a mata e uma friagem fora de época se instala. Ponho a touca de lã feita pela Jane e volto para a varanda. Lá dentro está bem quente, mas aqui fora é mais bonito. A neblina envolve o morro e os guapuruvus em flor. Como desviar os olhos daquele buquê amarelo que surge no meio da mata? Com as orelhas aquecidas, penso que essa touca feita a mão não se compra nas lojas mais finas desta velha Europa, nem em nenhum shopping deste mundão besta e globalizado. Vamos globalizar o carinho de uma mulher nos tecendo uma touca de lã? Seria tão bom. Mas as mulheres globalizadas dirão que é machismo. Imagine... é só um gesto de amor, brasileiríssimo e pensando nisso, já não tenho as orelhas e os cabelos aquecidos.O coração também fica. Aliás, comovido como o diabo, continuo lendo o poeta desse Brasil que ainda resiste em milhões de cidadezinhas, vilarejos, gente e lugares que ficaram (graças a Deus) do lado de fora dos Shoppings, e deste golpe do vigário que o consumismo nos aplica.
É engraçado que fui tão insistente para que você viajasse para aí, mas ontem conversando contigo fiquei muito preocupado quando você disse que não queria saber mais da palavra saudade, essa coisa de brasileiro. Depois pensei: claro que essa era uma defesa contra ela, a saudade, que já deve ser grande. Isso é o melhor de nós, esse sentimentalismo exacerbado ibérico com uma alegria crioula que não se sabe de onde vem. O riso de uma negrinha é como um cachorrinho pulando louco de alegria no quintal. Ou de um indiozinho brincando com um macaquinho no ombro. Vem do fato de estar vivo. É uma ode à alegria esse riso escancarado e ás vezes sem razão que ilumina um rosto preto em uma constelação de dentes.
Esse é um segredo que você tem de levar sempre com você, e essa melancolia de navio apitando nas madrugadas de Santos. Guarde como um dinheiro cozido pela mãe no bolso interno das calças, quando o filho vai para a moderna e assustadora cidade grande. Vai ser impossível não chorar bestamente quando um saxofone soprar da maneira mais sentida, inesperadamente um Pixinguinha ou um Tom, Chovendo na Roseira, em alguma madrugada.
Disfarce, não mostre pros gringos que tem medo de água fria, não trouxeram dos índios esse gosto pelos banhos, e dos portugueses, o nosso sentimentalismo piegas e a sem-vergonhice. Mas se quiser dar a eles uma pálida idéia sempre há um Villa Lobos para cortar o ar com seu Trenzinho Caipira.
Agora a conversa está muito boa, compadre, mas tenho que voltar para a varanda para ler mais uns poemas que depois lhe mandarei junto com meu abraço saudoso.

Bocada Boa!


Esta semana o Canal Brasil, da Sky, estará apresentando o show do Boca Livre gravado no Canecão.
Eu curtia o conjunto na época em que foi lançado. Fui assistir a uma das primeiras apresentações no Teatro Poeira em Ipanema, se não me engano. Gostei demais. Acho um som gostoso, honesto, com estilo.
Quando anunciaram essa volta, fiquei com a pulga atrás da orelha. Será que não ia ser chato? Café requentado?
Ontem à noite, vi a apresentação. Curti de montão. Um repertório bonito com convidados da nova geração fazendo participações especiais. Corretíssimo. Gostoso.
Muito legal de ouvir e ver o astral dos coroas. O que vinte e cinco anos fazem com a gente! O único que não está com cara de vovozão é o Zé Renato.
Márcia Bernardo, astróloga e mosca branquíssima, irmã de Roardo, um puta músico, me disse um dia que o que a impressionava era a cara de felicidade com que os músicos têm enquanto trabalham. Nenhuma outra profissão tem esse dom, ou tem? Se tiver eu não me lembro. Esse show do Boca Livre é um exemplo.
Hoje às 17h terá reprise e várias outras acontecerão durante a semana.
Essa nova série do Canal Brasil chama-se Faixa Musical. Semana passada Mauro Senise apresentou um concerto só com músicas de Edu Lobo, umas das maiores feras do Brasil, totalmente ignorado pela mídia chulé que temos.
Senise foi acompanhado entre outros pelo Jotinha Moraes no vibrafone e Paulo Russo no baixo, ambos integrantes do quinteto de Vitor Assis Brasil. Arranjos do Peranzetta que também estava no piano. Biscoito Fino, é o selo que produziu o DVD. Biscoito Fino na cabeça!
Semana que vem tem Caetano.
Fiquem espertos.
P.S - Parece incrível mas esta foi a única foto que achei no google. Fica aqui então a pior imagem já publicada neste blog.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Stan Getz


Hoje faz dezesseis anos que Stan Getz foi tocar seu sax-tenor no Grande Bar que Nunca Fecha e deixou esse planeta mais silencioso.
Foi um dos grandes impulsionadores da música brasileira de primeira linha nos States e por conseguinte, no mundo. Ganhou também uma boa grana com isso. O disco que gravou com João Gilberto lhe rendeu uma maravilhosa mansão. Tem coisa melhor na vida? O cara tocar a música de primeira e encher o rabo de grana com ela?
Uma noite estava sozinho em meu ap. em Santos, estreando o aparelho de som que voltara do conserto após um longo e tenebroso silencio. Sabe essas noites em que vc está sozinho e não precisa de ninguém? Está curtindo para cacete sua casa, sua vida, o momento. E o momento era perfeito, acompanhado por um delicioso vinho tinto, em plena madrugada. Pus para rodar uma bolacha preciosa que tenho: Stan Getz com Astrud Gilberto, tocando ao vivo no Café Au Go Go em Nova Iorque. O Tom estava presente acompanhando a gravação. Coisa linda.
Estou vianjandão no som, quando ouço uns gritos me chamando do lado de fora. Duas e quinze da matina. Normal, minha vida era bem movimentada nessa época. Olho e lá está o Magu, figura ímpar. Uma bizarria. Entra com uma gaiolinha embaixo do braço. Sua mais nova profissão: fabricante de gaiolinhas adaptadas para abajur. Uma lâmpada de 40 wts enorme, totalmente desproporcional dentro, e uns vidrinhos coloridos que dariam o “efeito”.
Cai como um viaduto sobre a minha paz. Invade o lar e o sossego como um bando de holligans em uma cidadezinha.
-Olha que demais, essa gaiolinha que estou fabricando!
E antes que eu pudesse fazer nada a espetou na tomada. Uma explosão e silêncio e escuro totais, como no princípio do mundo. O caos. O nada. A porra da caixa dos fusíveis estourou. Acabou o Café Au Go Go, o som macio de Getz, a voz gostosa de Astrud. Derramamos o vinho no escuro. Fudeu.
Lembrando dessa passagem, penso que foi algum Maguzão La de cima, que arrancou o Getz daqui de baixo tão cedo. Puxaram o fio da tomada de um dos sons mais marcantes do jazz e do sax tenor do planeta.
Stan Getz! Figura essencial em qualquer discoteca básica. Que continua e continuará rodando e deixando as noites melhores e os vinhos mais gostosos até que o Grande Vendedor de Gaiolinhas Que Nunca Dorme venha puxar meu fio também.

SFX


São Francisco Xavier, conhecida pelos moradores como São Chico, é um lugar delicioso. Sub-distrito de São José dos Campos, fica na Serra da Mantiqueira. Quase me mudei para lá recentemente, mas o projeto furou. Acho que foi pena. Estava com muita vontade de ter novas paisagens para fotografar e viver. Lugar de muitas trilhas, água puríssima, pinga da boa, pois é bem pertinho de Minas. E sendo perto de Minas, os queijos e derivados são ótimos. Frio seco, trilhas, muitas trilhas para curtir a pé ou de moto. As paisagens serranas.
O povoado tem aquela cara de cidadezinha do interior onde todos se conhecem, todos se comprimentam.
Este fim de semana Tatiana Rocha, que tem seu blog Coisa Rara, linkado aqui ao lado, vai tocar no Café Photozofia. Gostaria de estar lá.
Aliás, Tati, se quiser um fotógrafo, ainda está em tempo. Tratando-se de São Chico, e de Tatiana estou na fase Janis Joplin ou Neo Hippie: é só ter uma barca que me leve um lugar quentinho para ficar e uns goros para esquentar o corpo e o coração, estou dentro.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Dia Mundial do Meio Ambiente

Murilo Mendes


Murilo Mendes é um dos meus poetas prediletos. Leio e releio sua antologia poética há muitos anos desde quando a comprei em uma pequena livraria ao lado do Cine Bijou, que nem sei se ainda existe, na praça Roosevelt em Sampa.
O poema postado abaixo é do livro Poesia Liberdade com poemas escritos entre 1943 e 45, quando o mundo fervia de ódio, sangue e dor em quantidades inimagináveis.
E se o livro é Poesia Liberdade, tomei eu também a liberdade de ilustrá-lo com uma foto feita por mim.
Foi um dos grandes conhecedores das artes plásticas, do modernismo, amigo dos maiores pintores de sua época. Aqui está retratado pelo fabuloso Flávio de Carvalho em 1951. Também recebeu essa homenagem de seus amigos Portinari, Guignar, Ismael Nery.
Murilo passou os últimos anos da vida morando na Itália, onde tinha sua obra muito reconhecida e respeitada.
Uma figuraça, que diz em um de seus poemas:
“Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.”

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Algo


O que raras vezes a forma
Revela.
O que, sem evidência, vive.
O que a violeta sonha.
O que o cristal contém
Na sua primeira infância.

Murilo Mendes.

Luar do Sertão


Mês com duas luas cheias. Super!
Aqui o mato tem mais mosquito do que deveria e lama, muita lama, não tem cinema, nem dá para pedir uma pizza no delivery (acreditam?), mas tem mais passarinho do que em música do Tom e a lua.... A noite daqui tem céu de planetário.

sábado, 2 de junho de 2007


Há nove anos quando resolvi concretizar um sonho de garoto e morar no litoral norte de SP, chegamos à Praia de Camburi de mala e cuia, eu e Jane.
Casinha pequena, muito menor que o ap. em que morávamos em Santos. Na verdade um condomínio bem hippie, conhecido como Magulândia. Uma série de casas construídas à beira do rio, pelo amigo de adolescência, Magu.
Passarinhos entrando pela janela, chuva de cometas no quintal, em plena madrugada.
Os dois poemas abaixo foram escritos logo após nossa mudança, em 98.

Camburi


CAMBURI


Mariposas de asas transparentes

- cor de pérola -

Minúsculas,

Ornamentam o batente da porta

Que se oferece à noite.


Grilos tão grandes

Que assustam a moça de São Paulo.


O morceguinho despenca do teto da sala

Feito uma assombração.

Corre pelo tapete

Desajeitadamente.


O Guaiamum ancestral,

Sobe do rio ao quintal,

E é capturado pelas lentes japonesas.


Que sapos serão estes?

(serão sapos?)

Com seus cantos tão tristes

E humanos.


O Beija-flor,

Como um caça,

Corta a sala.


O primeiro tucano

Descoberto na folhagem é

Espantoso

Como um filme americano.


Depois de um tenso tempo,

Olho no olho,

A corujinha, guardiã do ninho,

Ouviu um assobio para ela.

Joguei as notas do Jobim

No vento forte.


A felicidade aqui é como um musgo

Quietinho no seu canto,

Frágil como a vida,

Enfeitando a vastidão da morte

Dos troncos seculares,

Deitados na floresta.

CAMBURI II


Cogumelos negros

Com filetes brancos,

Impõe-se a seus vizinhos,

Cor de fogo, esverdeados,

Sobre a mesma superfície que

Linda, apodrece.


O majestoso tronco é habitado

Pelos besouros negros,

Estranhos e blindados,

Que lerdos e rápidos,

Fabricam o seu tempo.


Calmamente,

O gigante que foi semente,

Reintegra-se à terra.

A cada chuva, cada vento,

Mais se mescla ao úmido

Solo da floresta.


Ao contemplá-lo,

Tronco, trono de insetos,

Abrigo das lacraias e serpentes,

Aeroporto de insuspeitadas aves,

O medo da morte se evapora.


É como o relógio celeste

O destino,

Tão terrestre e inevitável.

Fica só a paz desta clareira

Perfurada pela luz de um sol

Inesperado.

Ressaca e Surfe


Com a entrada das frentes frias, chegam sempre as grandes ondas. Eu nunca surfei. Já peguei muito jacaré, mas de prancha, nadica de nada. Fotografo muito raramente o esporte. Neste dia, fui atrás da luz que estava especial e acabei fazendo umas imagens da moçada que põe o barato acima do frio.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Observação de Aves


Está acontecendo em São Paulo o II Encontro Nacional de Observação de Aves.
Um programa legal para o final de semana dos que curtem natureza. O programa completo pode ser encontrado no site www.avistarbrasil.com.br
Eu sempre fui um fotógrafo de aves desde a compra de meu primeiro equipamento.
Sempre digo que não sei se nós escolhemos os temas ou somos escolhidos por eles.
Sei é do enorme prazer que sinto ao caçar as imagens dessas aves lindas que habitam a Mata Atlântica e o litoral paulista, onde vivo.
Fiz essa imagem essa semana em Camburi.
Mais fotos feitas por mim de pássaros e natureza podem ser vistas acessando o Vi-Vendo, blog linkado aqui ao lado.