quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Tarrafa Literária em Santos - Grã Finale!



Esse é Theo Roos, filósofo, músico, cineasta e documentarista. A figura mais feliz do Tarrafa Literária. Theo é um cara de uma simpatia contagiante, um astral solar.Ele é a mais pura expressão da frase do Vinicius "Amigo a gente não conhece, reconhece". Na noite do encerramento do 1º Encontro Internacional Literário de Santos, ele recebeu um presente especial do destino.
Fomos todos para uma casa de samba no centro velho de Santos. Não me lembro agora o nome da casa nem do conjunto que se apresentava, mas era muito bom. O cara do cavaquinho se sobresaia, músico de primeira linha. O samba comendo solto, cerveja e infalível caipirinha na roda e Theo viajando forte. O ambiente de casarão antigo com pé direito alto, e varanda com três portas-janelas dando para a rua, no primeiro andar. Tipo Estudantina no Rio. Nisso entra um cara magrinho, todo chinfroso, cumprimenta os músicos e começa a dançar a melhor gafieira que já vi na vida com várias parceiras que o disputavam. Um artista absoluto. Coisa de não se acreditar. Theo já filmando parecia que ia explodir de felicidade. Falei para ele que aquela era a melhor expressão da arte-vida, que ele defendera na palestra. O conceito de levar seu cotidiano como forma de arte.
Ele tentava sambar, com seu um metro e noventa de maneira tão feliz que seu desajeitamento provocava a simpatia dos presentes. O ambiente era puro cinema, lembrava Cuba, um documentário do Win Wenders.
Quando o conjunto finalmente parou e íamos nos retirando, a luz acabou. Black out total, só a luz da rua entrando pelas portas-janelas iluminava um pouco o grande salão.
Então os músicos que já estavam indo para o descanso, voltaram e atacaram no acústico. Todos abandonaram as mesas e se aproximaram. Durante meia hora cantaram junto com os músicos, acompanhando com palmas e danças, como em um antigo terreiro de samba. Foi de chorar. Uma coisa única que não estava no script e que dificilmente se repetirá. O Terreiro de Tia Ciata reviveu para iluminar um alemão que levou um Brasil que canta e é feliz dentro de seu peito. Não acredito em coincidências. Foi um presente absolutamente merecido. Para ele e para nós que trabalhamos muito e vimos nascer esse evento lindo e de utilidade social total. A famosa Chave de Ouro.
Obrigado aos orixás da arte.

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