sábado, 2 de junho de 2007
Camburi
CAMBURI
Mariposas de asas transparentes
- cor de pérola -
Minúsculas,
Ornamentam o batente da porta
Que se oferece à noite.
Grilos tão grandes
Que assustam a moça de São Paulo.
O morceguinho despenca do teto da sala
Feito uma assombração.
Corre pelo tapete
Desajeitadamente.
O Guaiamum ancestral,
Sobe do rio ao quintal,
E é capturado pelas lentes japonesas.
Que sapos serão estes?
(serão sapos?)
Com seus cantos tão tristes
E humanos.
O Beija-flor,
Como um caça,
Corta a sala.
O primeiro tucano
Descoberto na folhagem é
Espantoso
Como um filme americano.
Depois de um tenso tempo,
Olho no olho,
A corujinha, guardiã do ninho,
Ouviu um assobio para ela.
Joguei as notas do Jobim
No vento forte.
A felicidade aqui é como um musgo
Quietinho no seu canto,
Frágil como a vida,
Enfeitando a vastidão da morte
Dos troncos seculares,
Deitados na floresta.
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